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  • Foto do escritorEduardo Bione

TEORIA DA ANOMIA

Estado de vazio, falta de normas e de propósitos, perda da identidade, "estar à deriva".



O termo anomia é uma falta de objetivos e regramentos em uma determinada sociedade, frente as mudanças sociais, deixam uma impressão de perda de identidade, quando a mudança social não possui novos valores que balizarão aqueles outrora destruídos, deixando a sociedade meio perdida, sem uma identidade definida, em um estado de vazio, onde as regras parecem não terem validade, essas mudanças geralmente ocasionam em sua população comportamentos desviantes, vindo por consequência a aumentar a criminalidade, a desobediência e a incivilidade.


Esse estado de anomia surge relacionada à estrutura, organização e socialização de uma sociedade, e deve ser analizada frente as mudandas sociais trazidas, a evoluções dessa sociedade, o seu grau de desenvolvimento bem como a divisão do trabalho e a divisão de classes. sociais.


ÉMILE DURKHEIM


Durkheim ao elaborar o conceito de anomia, num momento históriico na França, que estava passando por problemas estruturais no séc. XIX, com a industrialização e a divisão do trabalho, onde existiam duas revoluções interna, uma política e outra socioeconômica, identificou-se duas formas de sociedades, uma mecânica e outra orgânica, onde a primeira respondia aos estágios mais primitivos da evolução social, uniforme, autônoma e divisão mínima de trabalho, enquanto que a orgânica se caracterizava por ser um tipo social mais complexo, mais evoluída e dinâmica, um indivíduo dependente um do outro, se caracterizava pela acentuada divisão do trabalho e diversidade das funções desempenhadas, assim a criminalidade surge de forma diferente em cada uma dessas diferentes tipologia de sociedade. Na sociedade mecânica a lei perserva a solidariedade social e a uniformidade, na orgânica, o direito regula a interação necessária dos diferentes grupos, impondo mecanismos restaurativos frente a eventos intoleráveis.


O termo anomia para o este autor é levado em conceituado por uma perspectiva interior de grupos que está mergulhado no caos gerado pela falta de regra, falta de normas de convivência de padronização social, ou por causa de regras que geram o afastamento desses grupos sociais ou que fomentam a desigualdade entre os indivíduos; também existe o terno suicídio anômico de Durkheim, que em contesto de crises causadas por mudanças repentinas em uma sociedade, a perda da crença na lei ou governo diante de instabilidade econômica ou conflitos pessoais, o autor demonstra em seu licro "O suicídio" que as taxas de suicídios aumentaram consideravelmente em períodos depressão ou prosperidade econômica, assim o suicídio anômico não é originário da pobleza, mais sim da desorganização e um contesto de crise social e falta de regras.


ROBERT K. MERTON


Ao contrário de Durkheim que elaborou a sua tese na perspectiva de problemas sociais na França no final do séc. XIX, Merton desenvolveu sua tese no conceito da revolução industrial americana, onde afirmava que existia uma deficiência social da incapacidade de se atingir os fins sociais, assim com a anomia, que era essa incapacidade do atingimento das metas sociais, geraria por consequência um comportamento desviante em determinados indivíduos pertencentes a essa sociedade. Neste sentido, o autor explica por que pessoas pertencentes as classes menos favorecidas em uma determinada sociedade praticam crimes e adotam determinados comportamentos desviantes, como um ato de rebeldia e descontentamento.


Contudo, Merton também explica que o desvio pode ser considerado normal ou uma reação esperada em uma sociedade, visto que a sociedade organizada em classes, estabelecem determinadas metas a serem alcançadas e seguidas, própria das estruturas sociais, essa estrutura exerce uma pressão sobre o indivíduo e diante disso eles passa a adotar comportamentos disconformes ou descontentes, assim o desvio é um comportamento esperado, pois é uma forma de o indivíduo se adaptar as contradições sociais reais na sociedade em que vive.


CONCLUSÃO


Podemos concluir que enquanto Durkheim viu na anomia uma situação de crise transitória do poder social de regulação, devido à mudança social acelerada e desorganizada imposta pelo processo de industrialização, Merton define isso como uma disfunção estrutural endêmica, crônica, estável, inerente a um certo modelo de sociedade (o americano), cujas contradições internas produzem uma tendência para isso, que afeta os diferentes grupos sociais de maneira desigual. A grande diferença é que a tese de Merton, não são os valores sociais que entram um mutação de forma rápida e estabelece um estado de vazio de normas de falta de normas, mas sim o padrão cultural impositivo e obrigatório da acumulação do capital e da acumulação de riquesas que estabelecem as diferenças de classes e a incapacidade de determinados indivíduos alcançarem esse padrões sociais que os levam a desviar, a ter um comportamento desviante e assim cometem crimes.


REFERÊNCIAS


Resumo do material do curso de Mestrado da FUNIBER.


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